E quais os exames importantes?
Os exames importantes para o diagnóstico da doença de Lyme variam de acordo com a fase da doença.
Doença aguda
Nos pacientes que apresentam a mancha na pele (eritema migratório), o ideal é que se institua o tratamento correto sem que se esperem por exames complementares. Mas nos casos de dúvida diagnóstica pode se fazer uso dos seguintes exames:
- Sorologia para doença de Lyme:
ELISA IgM e IgG
Western Blot IgM e IgG
- Biópsia da lesão na pele
Doença disseminada inicial e crônica
Nessa fase da doença podem ser necessários mais exames para se chegar no diagnóstico correto:
- Sorologia para doença de Lyme:
ELISA IgM e IgG
Western Blot IgM e IgG
- Pesquisa de anticorpos da doença de Lyme no liquor
- Eletrocardiograma e ecocardiograma
- Ressonância nuclear magnética de crânio/coluna
- Eletroneuromiografia
- Biópsia de lesões na pele
Exame falso-negativo
Quando pedimos o exame de sangue para descobrir a doença de Lyme, nos utilizamos de um exame que detecta a presença de anticorpos e esse tipo de exame, no caso do Lyme, tem 50% de chances de vir falso negativo, o que isso quer dizer? Que metade dos exames virão negativos apesar do paciente ter a doença.
E quais as razões de isso acontecer?
- Infecção recente. O teste foi realizado muito próximo do momento da infecção e ainda não houve tempo para os anticorpos aparecerem.
- O paciente fez uso de antibióticos antes do teste, o que pode levar a alterações na resposta imunológica à doença.
- Não existem anticorpos livres para serem detectados, pois estão ligados a bactéria causadora da doença.
- As espiroquetas causadoras da doença estão protegidas na forma de cistos ou biofilmes.
- As espiroquetas estão localizadas em tecidos com baixa atividade imunológica, como dentro das articulações.
- A Borrelia (o nome da bactéria que causa a doença de Lyme) possui várias cepas diferentes, e aquela que temos no Brasil pode possuir diferentes proteínas – o que leva a produção de anticorpos diferentes daqueles detectados nos exames tradicionais.
- A Borrelia está escondida dentro de células do nosso corpo, o que dificulta a produção de anticorpos.
- Uma deficiência imunológica está fazendo com que não exista a produção de anticorpos o bastante para serem detectados.
- Uso de medicações que diminuem a atividade do sistema imunológico, como os corticoides ou imunossupressores.
- Erro laboratorial, pode acontecer pois os técnicos do laboratório podem não estar com o treinamento adequado para realizar o exame.
- Os testes laboratoriais de forma geral são muito mais voltados para detectar a doença na forma aguda do que em sua forma crônica.
- Os parâmetros de testes designados pelo CDC (o Centro de Controle de Doenças norte-americano) são voltados primariamente para estudos epidemiológicos e não para diagnóstico clínico da doença.
Devido a todos esses fatores, o paciente que tem o quadro clínico compatível com a doença de Lyme e com o exame negativo, é melhor que seja submetido a prova terapêutica com antibióticos para que seja comprovada a presença ou não da infecção.